domingo, 30 de abril de 2017

Elo Perdido

Fóssil de transição

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Em paleontologia, dá-se o nome de forma ou fóssil de transição a um organismo, conhecido apenas do registo fóssil, que combina características dos seus descendentes e antecessores evolutivos. Estes fósseis são conhecidos popularmente como "elos perdidos" da evolução, embora o termo seja pouco preciso em termos científicos, uma vez que a evolução das espécies é mais complexa que uma simples cadeia onde há um elo em falta. De fato, a grande maioria dos fósseis de transição não é antecessora direta de formas atuais. Tendo em conta que a evolução das espécies é um processo contínuo, todos os organismos vivos num dado momento representam formas transicionais, mas algumas são particularmente importantes para perceber a relação filogenética entre grupos distintos.
A existência de formas de transição foi posta pela primeira vez por Charles Darwin no seu livro "A Origem das Espécies", publicado numa altura em que a paleontologia dava os seus primeiros passos enquanto ciência. A ausência de fósseis de transição conhecidos era um grande obstáculo à teoria da evolução, reconhecido pelo próprio Darwin. Dois anos mais tarde, porém, foram descobertos fósseis de Archaeopteryx, numa formação geológica alemã, que combinavam as penas e asas de aves com mandíbulas e cauda de réptil. Nas décadas seguintes, a existência de fósseis de transição foi confirmada por mais descobertas, em particular pelos estudos do paleontólogo Othniel Charles Marsh, que reconstruiu a evolução dos equídeos com base em várias formas transicionais.
No entanto, de acordo com Simon Conway-Morris (Universidade de Cambridge), o resultado líquido está muito longe de um tapete perfeito de forma que permitiria que um investigador lesse a Árvore da Vida, simplesmente por encontrar os intermediários - vivos e extintos - que, em princípio, conectam todas as espécies.

SAIBA MAIS


sexta-feira, 21 de abril de 2017



Onde está o elo perdido?

Existem vários candidatos ao posto de último ancestral comum aos chimpanzés e humanos.


Thiago Lotufo

Como todos sabem, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ardipithecus não é Australopithecus, Australopithecus não é Homo erectus e urubu não é minha loira. Por isso, é melhor que cada macaco fique no seu próprio galho e que se saiba aqui que Elo Perdido não é aquele seriado que passava na tevê nos anos 70. Elo Perdido é o último ancestral comum aos chimpanzés e seres humanos. Depois dele, homem ficou sendo homem – até chegar ao Homo sapiens – e chimpanzé continuou chimpanzé. A questão é quando e onde este ser teria vivido?

O mais famoso candidato é, na verdade, uma candidata. Foi descoberta na Etiópia em 1974 e batizada de Lucy (por causa de “Lucy in the Sky with Diamonds” dos Beatles). Seus ossos datam de 3,2 milhões de anos atrás. O cérebro era pequeno e sua estatura não passava de um metro. Foi classificada entre os Australopithecus afarensis e por muito tempo ocupou o posto de avó da humanidade.
Perdeu a vaga em 1992 para um Ardipithecus ramidus encontrado também na Etiópia. Ele teria vivido há 4,4 milhões de anos e foi considerado o hominídeo mais antigo já descoberto. Isso até o ano passado.
Por quê? Porque em 2002 uma equipe de arqueólogos liderada pelo francês Michel Brunet encontrou um crânio, dois pedaços de mandíbula e três dentes de 7 milhões de anos. O achado se deu na República do Chade e os fósseis constituíram uma nova espécie: Sahelanthropus tchadensis. Mas ganharam também o nome de Toumaï, que significa “esperança de vida” no idioma goran.
O crânio tem a parte frontal achatada com fortes sinais de uma sobrancelha sobre a cavidade dos olhos. A parte de trás, no entanto, é mais parecida com a de um chimpanzé. Sua estatura é estimada entre 1,15 m e 1,25 m e como não se encontrou o restante do esqueleto não dá para saber o seu modo de locomoção.
Este seria então o elo perdido entre o homem e o chimpanzé?
Pode ser. Mas até há pouco geneticistas acreditavam que o último ancestral teria vivido entre 5 milhões e 6 milhões de anos atrás – o que pode levar a crer que os 7 milhões de Toumaï estaria muito mais para um gorila.