Fóssil de neandertal indica miscigenação entre humanos primitivos
O sequenciamento mais completo do genoma de hominídeo de 50.000 anos permitiu a comparação
Título original: The complete genome sequence of a Neanderthal from the Altai Mountains
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: Kay Prüfer, Fernando Racimo, Nick Patterson, Flora Jay, Sriram Sankararaman, Ed S. Lein, David Reich, Janet Kelso, Svante Pääbo e outros
Instituição: Universidade da Califórnia, EUA
Resultado: Os pesquisadores compararam o genoma dos neandertais com outros grupos humanos e descobriram que existia miscigenação entre eles
Os autores compararam o genoma encontrado com o de dois outros grupos, os humanos modernos e os denisovanos – um subgrupo misterioso, que teve vestígios descobertos na Sibéria. Embora tenham desaparecido, neandertais e denisovanos deixaram sua herança genética porque ocasionalmente se miscigenaram com humanos modernos. Os pesquisadores descobriram que entre 1,5 e 2,1% do genoma do homem moderno não africano está ligado aos neandertais.
Já vestígios denisovanos foram encontrados em 0,2% de genomas da etnia Han, majoritária na China, e de americanos nativos. Segundo as comparações, os denisovanos se miscigenaram com humanos primitivos, que os pesquisadores suspeitam se tratar do Homo erectus.
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Diferenças – Os cientistas identificaram 87 genes presentes nos humanos modernos que são muito diferentes daqueles encontrados nos neandertais ou denisovanos. Eles podem ser os responsáveis pelas diferenças comportamentais que diferenciaram o homem das demais espécies extintas.
"Não há um gene que possamos apontar e dizer: 'este responde pela linguagem ou alguma outra característica única dos humanos modernos'. Mas, a partir desta lista, aprenderemos algo sobre as mudanças que aconteceram na linhagem humana, embora elas provavelmente sejam sutis", afirma Montgomery Slatkin, professor de biologia integrativa da Universidade da Califórnia.
Homens das cavernas – Os ossos foram encontrados em uma caverna nas montanhas Altai, no sul da Sibéria. Em 2008, pesquisadores localizaram no mesmo lugar o osso de um dedo mindinho de uma mulher denisovana em solo de 40.000 anos. A caverna também contém artefatos feitos pelos humanos modernos, o que significa que pelo menos três grupos de humanos primitivos ocuparam o local em diferentes épocas.
(Com Agência France-Presse)